terça-feira, 11 de novembro de 2008

A verdadeira história de Janis Joplin - Parte 7

Algum tempo depois, ela diria que aceitou o convite de Chet e Travis porque "eu não ia pra cama com ninguém há mais de 7 meses, e o Travis era ótimo, foi logo me agarrando". Mas esse parece ser só um lado da verdade. Porque Janis, a caminho de San Francisco, escreveu a uma amiga: "Estou indo para San Francisco, meu Deus, estou tão excitada! Vou cantar num grupo de blues elétrico de lá. Vou cantar mesmo, profissionalmente. Estou com muito medo, mas todos acham que eu devo ir. Me diga, não é maravilhoso?" Travis podia ser incrível na cama - e isso decerto ajudou, pelos padrões difusos de Janis - mas na verdade ela só estava esperando esse convite para deixar o pêndulo oscilar mais uma vez para o outro lado. "Não há meio termo para Janis", dissera o Dr. Giarritano. Ela havia fracassado mais uma vez na tentativa de ser uma bela, serena, sossegada garota do Texas. Seria selvagem de novo. Seus demônios a esperavam na estrada, nos blues, em San Francisco. Era a derradeira batalha.
"Porque me fazem pensar. Eu prefiro esquecer". Janis voltou à bebida, às anfetaminas e, pouco a pouco, à heroína. Tudo junto.
Conjurados os demônios, estava feita a mágica: o canto de Janis estourou em San Francisco, estilhaçando o ar nas festas comunais dos parques, os be-ins do verão e do outono de 66, os concertos livres dos primeiros hippies. "Era até demais", recorda Nick Gravenites, que depois tocou com a segunda formação do Big Brother. "O grupo não era nada profissional, era pura curtição, barulho. E Janis era só eletricidade, uma figura estranhíssima, toda vestida de tafetá, cheirando a patchuli, era demais até para San Francisco". Se era demais para San Francisco, Janis só tinha que transbordar. Foi quando veio o Festival de Monterey.

Um comentário:

Gustavo disse...

continue postando a história dela, está extremamente interessante.